Marquinhos intensifica articulações, mira apoio do União Brasil e aproxima-se de Braide na disputa pela presidência da Câmara de São Luís
A sucessão na presidência da Câmara Municipal de São Luís, prevista para o próximo ano, já movimenta intensamente os bastidores políticos da capital maranhense. Entre articulações discretas e alianças em construção, o vereador Marquinhos Silva (União Brasil) tem ganhado protagonismo e se consolida como principal opositor de Beto Castro (Avante), nome até então considerado favorito na disputa.
Beto Castro, que conta com o apoio do atual presidente Paulo Victor, cuja imagem tem sofrido desgastes , além do vice-governador Felipe Camarão (PT) e do governador Carlos Brandão (PSB), vinha avançando com segurança na formação de uma base sólida. No entanto, o cenário começa a mudar com a entrada mais incisiva de Marquinhos no jogo.
Demonstrando habilidade política, Marquinhos partiu para uma ofensiva estratégica. Recentemente, viajou a Brasília em busca de respaldo nacional do União Brasil, sinalizando que pretende usar o peso partidário como trunfo na disputa. Paralelamente, alterou significativamente seu discurso em relação ao prefeito Eduardo Braide (PSD). Se antes adotava tom crítico, agora busca aproximação, passando a elogiar a gestão e mirando os vereadores da base governista para ampliar seu arco de apoio.
Além disso, o vereador busca o suporte do deputado federal Aluísio Mendes (Republicanos), figura de trânsito livre entre diferentes esferas de poder e próximo da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, uma aliada de Brandão. A aposta de Marquinhos é que, com a influência de Mendes, possa ao menos relativizar o apoio do governo estadual a Beto Castro.
Fontes próximas à Câmara indicam que Marquinhos já teria garantido apoio informal de nove vereadores. Ele tenta atrair mais cinco parlamentares ligados a Braide e não descarta cooptar até três nomes que hoje orbitam a base de Beto Castro. Essa movimentação revela que o que parecia ser uma eleição tranquila pode se transformar em uma disputa acirrada, com rearranjos que tendem a redesenhar o mapa político da Casa Legislativa.
A corrida pela presidência da Câmara não é apenas uma disputa interna, mas um reflexo direto das tensões entre os blocos de poder que disputam a hegemonia na capital. Marquinhos aposta em um discurso de independência em relação ao Palácio dos Leões, mas se movimenta também para não se isolar politicamente. Já Beto Castro representa a tentativa do grupo governista de manter influência no Legislativo ludovicense. O papel de Eduardo Braide, que até aqui se manteve discreto, poderá ser decisivo: caso entre em campo, pode alterar significativamente os rumos dessa disputa.
(Com informações de Carla Lima do Quadro Bastidores da TV Mirante)