A pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 2 de abril, trouxe um alerta vermelho para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O índice de desaprovação atingiu 56%, o maior desde o início de seu terceiro mandato, marcando uma virada negativa que não apenas supera os 50%, como também continua a aumentar a cada novo levantamento. Esse crescimento da rejeição é uma clara demonstração de que a administração petista enfrenta dificuldades crescentes, com um cenário político que, até então, parecia estável.
O estudo revelou dados alarmantes sobre os grupos que mais rejeitam a gestão de Lula. A desaprovação cresceu consideravelmente entre mulheres, pardos e, pela primeira vez, o governo petista perdeu terreno entre os mais pobres, católicos e eleitores da região Nordeste, base tradicionalmente fiel ao Partido dos Trabalhadores. Este fenômeno aponta para um distanciamento significativo entre a população e o governo, mostrando que, mesmo em seu reduto, a confiança começa a ruir.
Outro dado importante da pesquisa é que, surpreendentemente, uma parcela significativa dos próprios eleitores de Lula também se mostram insatisfeitos com sua gestão. Este fator contribui para uma configuração mais complexa da política brasileira, onde o próprio eleitorado que elegeu o presidente se vê cada vez mais distante das promessas e da realidade governamental. Esse fenômeno é refletido especialmente nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte, onde a desaprovação ultrapassa com facilidade os 50%, o que indica uma rejeição generalizada em várias partes do país.
A pesquisa foi realizada entre os dias 27 e 31 de março, com uma amostra de 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, e apresenta uma margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento é uma radiografia da crescente insatisfação da população com o governo, evidenciando um cenário de desgaste para o presidente Lula, o que pode ter implicações nas eleições de 2026, quando o país estará novamente às voltas com um pleito presidencial.
O aumento da desaprovação abre um espaço político considerável para alternativas de centro e direita, que podem se beneficiar dessa crescente insatisfação popular. Com a fragilidade do clã petista em sua base, especialmente entre setores que historicamente o apoiaram, a disputa política para os próximos anos se apresenta mais equilibrada, com novas forças se posicionando para disputar o poder em 2026.
Essa queda na aprovação é um reflexo das dificuldades que o governo enfrenta na gestão econômica, na política interna e nas expectativas não atendidas de boa parte da população. A insatisfação parece ser um sinal de alerta para a governança de Lula, que terá que reavaliar sua estratégia e reconquistar a confiança de uma sociedade cada vez mais crítica. O futuro político do país parece, assim, estar em aberto, com o espectro político mais fragmentado do que nunca.